quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Brilhantismo Gótico

Timothy Walter Burton. Esse é o nome verdadeiro dele.
Talvez não saiba de quem estou falando. Melhor então chamá-lo apenas de Tim Burton. Agora você sabe de quem estou falando.
Mesmo que não conhecendo Tim Burton pelo nome, com certeza já deve ter assistido a algum de seus filmes sempre carregados de elementos góticos, com uma direção de arte cuidadosa. Você assiste a um filme de Burton e sabe que é um filme de Burton.
Tim Burton nasceu em Burbank, EUA, em 26 de Agosto de 1958. Desde pequeno, segundo ele, vivia em um mundo paralelo, sempre mergulhado em seus pensamentos e suas fantasias.
Segundo ele, sua infância foi bem peculiar. Suas leituras favoritas eram as obras de Edgar Allan Poe e seu passatempo era assistir filmes de terror de baixo orçamento. Seu cineasta favorito? O impagável Ed Wood, que teria grande influencia em sua carreira como cineasta, assim como Vincent Price, ator de muitos filmes de terror.
Assim que terminou os estudos, Burton foi agraciado com uma bolsa de estudos na Disney, onde acabou sendo contratado pelos estúdios como aprendiz de animador. Trabalhou em “O Cão e a Raposa” (The Fox and the Hound), mas não se mostrou muito satisfeito com a direção artística do filme. Afinal, a alma de Burton é gótica, e os estúdios Disney não.
Mas foi durante essa época que Burton criou e dirigiu seu primeiro curta-metragem, “Vincent”, com o personagem principal, um garoto de sete anos, baseado em ninguém menos que Vicent Price. Curiosidade: o próprio Vincent Price é o narrador da história.
Mais tarde, Burton trabalhou em seu segundo curta, “Frankeweenie”, a história de um menino que acaba ressuscitando seu próprio cachorro.
Mesmo com diferenças artísticas gritantes entre Burton e os estúdios Disney, foi nesse período que ele obteve espaço para criar o poema e as ilustrações do que viriam a ser “O Estranho Mundo de Jack” (The Nightmare Before Christmas). Obra que até hoje é exibida em alguns cinemas nos Estados Unidos na época do dia das bruxas e Natal. Um dos maiores sucessos de Burton como produtor.
Seu maior sucesso como diretor foi a comédia de humor negro “Os Fantasmas se Divertem” (Betlejuice), o que lhe abriu as portas para projetos mais ambiciosos como o primeiro filme de “Batman”, de 1989. Graças a grande bilheteria, foi chamado para dirigir a sequencia, “Batman- O Retorno” (Batman Returns), agora com mais liberdade artística, o que resultou em uma Mulher-Gato com toques sado masoquistas e uma Gotham City muito mais sombria.
Como estava em alta, resolveu investir em um projeto pessoal, “Edward Mãos de Tesoura” (Edward Scissorhands). Obra máxima de Burton e o primeiro filme com a participação de Jhonny Depp, colaborador assíduo do diretor. O projeto seguinte da dupla foi a cinebiografia “Ed Wood”, rodado em preto e branco e de relativo sucesso. Uma homenagem do cineasta ao seu diretor de infância.
Em seguida Burton passou por um período de baixa. Lançou o fraco, mas engraçado e cheio de celebridades do nível de Jack Nicholson, “Marte Ataca!” (Mars Atacks). E o muito criticado “Planeta dos Macacos” (Planet of the Apes), remake do filme clássico que foi muito comparado com o original, mas que difere e muito. São obras completamente diferentes.
Em 1999 Burton lançou “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (Sleepy Hollow) obtendo assim um novo sucesso. Maçando a volta da parceria Burton/Depp.
Depois veio “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas” (Big Fish), filme já considerado clássico e Cult Movie instantâneo.
Burton voltou a animação stop-motion com o belo e poético “A Noiva Cadáver” (Corpse Bride), com Jhonny Depp na voz do personagem principal e Helena Bonham Carter (esposa de Burton, com quem tem dois filhos) na voz da Noiva.
Na mesma época filmou sua versão para a história de Ronald Dall, “A Fantástica Fabrica de Chocolate” (Charlie and the Chocolate Factory), filme igualmente brilhante, mas duramente comparado ao original, como no caso de Planeta dos Macacos. E novamente as obras são incomparáveis.
Mesmo não sendo muito fã de musicais, Burton dirigiu o musical gótico “Sweeney Todd-O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (Sweeney Todd- The Demon Barber of Fleet Street), vencedor de dois Globos de Ouro, que conta novamente com os parceiros Jhonny Depp e Helena Bonham Carter nos papéis principais. Esse filme também lhe rendeu o Oscar 2008 de direção de arte.
Seu próximo projeto é a reimaginação do clássico Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland), pela Disney, e conta novamente com Depp e Helena, e uma encantadora Anne Hathaway.
Burton também se aventurou na literatura. Lançou em 1997 o livro de contos intitulado “O Triste Fim do Pequeno Menino Ostra e Outras Histórias”. No Brasil o livro saiu em Julho de 2007.
Apesar de infantil, no livro há cenas de violência doméstica, suicídio, adultério e sexo não explicito. Os poemas também não possuem finais felizes.
São histórias de Burton!

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